quinta-feira, 30 de junho de 2011

sorrisos falsos


― Lembra de como éramos felizes?
― Eu não era feliz.
― Mas você vivia sorrindo…
― Quando eu sorria, você sorria também. Seu sorriso era muito bonito e eu não achava justo escondê-lo.
― Eu nunca o fiz rir de verdade?
― Fez. Uma vez.
― Quando?
― Um dia que você riu por si própria, quando não precisou de mim para fazer isso. Achei engraçado.
― Quer dizer que você nunca sorriu de verdade porque eu dependia do seu sorriso para ser feliz?
― Um sorriso não significa felicidade. Você também não era feliz.
― Eu era. Sempre fui feliz ao seu lado.
― Não. Você se enganava. Eu me enganava. Nós nos enganávamos.
― Eu não me enganava. Estar com você me fazia bem.
― Estar com você também me fazia bem.
―…
― Estar bem não é estar feliz.
― Eu fico feliz quando estou bem.
―…
― Eu também fico feliz quando estou com a pessoa que amo.
― Você não me amava… Pelo menos não era isso que parecia.
― Claro que eu amava.
― Não. Até seu sorriso era automático. Já expliquei.
― Um sorriso não é sinônimo de amor. O que eu sentia estava dentro de mim.
―…
― Eu amava você. Talvez, ainda ame.
― Em algum momento, também lhe amei, mas, por achar que tudo era falso, tratei de esquecer.
― Como você fez para esquecer um amor?
― Amor não se esquece.
―…
― É, talvez eu ainda a ame também.

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